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CASACOR SP 2025: sustentabilidade e herança italiana na Forneria San Paolo

Instalado em um pavilhão de madeira e metal, o projeto foi concebido como laboratório de um novo modelo de ocupação urbana

Por Nádia Simonelli
24 jun 2025, 12h15

“Em vez de um cenário impecável, escolhemos honrar o tempo na matéria: a pedra exibe riscos naturais, o latão escurece, a madeira revela nós. Cada marca é Giornata — a assinatura diária que prova que o ambiente vive”, explica o arquiteto João Rocha, sócio de Helena Obino e Cesar Sallum no Stage.AEC, que assina o projeto da Forneria San Paolo na CASACOR São Paulo 2025, em parceria com o Modular Studio, dos arquitetos Alessandra Cipriani, Higor Cipriani e Felipe Savassi.

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Quem visitar a mostra vai poder desfrutar de um momento de pausa durante o circuito em um espaço relaxante e integrado à natureza do Parque da Água Branca. Alinhado ao tema da mostra em 2025, “Semear Sonhos”, o projeto da Forneria consiste em uma praça instalada sob a copa das árvores, com atmosfera de refúgio para que os visitantes possam desfrutar de um bom bate-papo prolongado e sentir o aroma do forno misturado ao ambiente natural do entorno.

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Modular Studio + Stage.AEC - Forneria San Paolo. Projeto da CASACOR São Paulo 2025.
Modular Studio + Stage.AEC – Forneria San Paolo. Projeto da CASACOR São Paulo 2025. (Divulgação/CASACOR)

A estrutura criada pelo Modular Studio propõe um modelo de ocupação urbana contemporâneo, que privilegia a conexão com a natureza, o uso de materiais sustentáveis e a construção modular. É leve e desmontável e se assemelha a uma estufa, com uma sequência de pórticos de madeira laminada colada (MLC), que atua como um invólucro. Esse projeto propõe o desafio de construir de forma eficiente, industrializada e precisa, promovendo um futuro coletivo e sustentável por meio de inovação e colaboração entre áreas como arquitetura, engenharia e design.

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Com 165 m², o restaurante se divide em praça, com salão principal e mesas sob a vegetação suspensa, bar, com espaço degustação de vinhos e o casarão do Parque como fundo cenográfico, e forno, onde os pratos são preparados. Além da sequência de pórticos de madeira, outros elementos se destacam no projeto, a exemplo da cobertura translúcida de vidro, instalada entre as vigas, que permite a contemplação das árvores. Como um elemento surpresa, plantas suspensas descem até a altura dos olhos dos visitantes, criando uma conexão verde com o exterior.

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Modular Studio + Stage.AEC - Forneria San Paolo. Projeto da CASACOR São Paulo 2025.
Modular Studio + Stage.AEC – Forneria San Paolo. Projeto da CASACOR São Paulo 2025. (Divulgação/CASACOR)

Os ambientes internos também celebram a herança italiana da marca com uma pegada acolhedora, de tons quentes e texturas rústicas. O piso, por exemplo, exibe formato irregular e uma mescla de tons claros, fazendo referência às calçadas italianas. Há também uma estante de latão patinado, onde estão garrafas de vinho já abertas, livros de arte e lembranças da Forneria — um material vivo e vai envelhecendo ao longo da mostra. E, por fim, um painel-galeria feito de boiseries de carvalho escovado, que apoia fotografias e gravuras curadas pela equipe do Stage.AEC, com nichos iluminados por lâmpadas de LED.

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Quanto à paleta de cores, os profissionais se pautaram pela tríade terracota, verde e pátina. Os tons quentes aplicados nas partes altas criam um clima aconchegante, amenizando a amplitude do pé-direito alto. O verde das plantas garante um contraste harmônico e o metal patinado reflete a luz difusa, conferindo unidade aos espaços. O resultado é um restaurante que parece ter sido construído através de um longo tempo, cheio de marcas e histórias.

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Quesito fundamental no mundo contemporâneo, a sustentabilidade guiou a escolha de materiais renováveis, com baixo impacto ambiental e alta durabilidade, e a aposta na eficiência dos sistemas construtivos industrializados, que reduzem resíduos, oferecem maior controle de qualidade e diminuem o prazo da obra. A permeabilidade visual com luz natural também contribui para a redução do uso de energia. A valorização de soluções duráveis, de baixa manutenção, está alinhada a um modelo urbano mais consciente e integrado à natureza.

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