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Apartamento de 380 m² é morada e galeria de arte ao mesmo tempo

O projeto de Pedro Coimbra – do elenco CASACOR São Paulo – equilibra a funcionalidade de um lar familiar com a sofisticação de uma coleção digna de museus

Por Nádia Sayuri Kaku
8 jul 2025, 18h00

No bairro da Bela Vista, em São Paulo, este apartamento de 380 m² foi reformado para atender a um propósito duplo: ser lar e galeria de arte. Assinado pelo arquiteto Pedro Coimbra – do elenco CASACOR São Paulo –, o projeto equilibra a funcionalidade de um espaço familiar com a sofisticação de uma coleção digna de museus internacionais.

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Apartamento de 380 m² é morada e galeria de arte ao mesmo tempo. Projeto de Pedro Coimbra. Na foto, sala de jantar com porta escamotável.
(Tiago Morena/Divulgação)

Os proprietários, um casal de advogados e colecionadores (ele é conselheiro do MAM-RJ e Tate Modern London) desejava um apartamento funcional para a família, com dois filhos e uma rotina de viagens e, ao mesmo tempo, um espaço expositivo para suas obras. O maior desafio foi criar um layout fluido, permitindo que a circulação valorizasse as peças sem comprometer a vivência dos moradores.

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Apartamento de 380 m² é morada e galeria de arte ao mesmo tempo. Projeto de Pedro Coimbra. Na foto, sala com tapete e sofás.
(Tiago Morena/Divulgação)

Para isso, Coimbra estruturou uma planta que respeita o conceito da galeria, utilizando a marcenaria para garantir armazenamento discreto e preservar o protagonismo da arte. O apartamento já funcionava como um espaço expositivo e, por isso, ajustes minuciosos foram necessários para potencializar a experiência dos visitantes sem interferências visuais.

Apartamento de 380 m² é morada e galeria de arte ao mesmo tempo. Projeto de Pedro Coimbra. Na foto, corredor com quadros.
(Tiago Morena/Divulgação)

Cada cômodo carrega um caráter próprio. O corredor de 1,20 m de largura assume ares de galeria, guiando o olhar ao longo de uma coleção curada pelos próprios moradores.

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Apartamento de 380 m² é morada e galeria de arte ao mesmo tempo. Projeto de Pedro Coimbra. Na foto, cozinha com marcenaria laranja.
(Tiago Morena/Divulgação)

Já a sala de estar, coração do projeto, foi concebida como uma exposição densa, onde a profusão de obras cria um ambiente imersivo. Nos quartos, a premissa foi oposta: a sutileza do mobiliário atua como um pano de fundo para as peças expostas, tornando cada espaço um refúgio que respira arte. A cozinha, por sua vez, recebeu um toque vibrante, única área onde a marcenaria ganhou cor, contrastando com o restante do apartamento e trazendo calor ao espaço de convivência.

Apartamento de 380 m² é morada e galeria de arte ao mesmo tempo. Projeto de Pedro Coimbra. Na foto, closet com sofá e piso de madeira.
(Tiago Morena/Divulgação)

O mobiliário reflete a sintonia entre design e arte. Peças de Claudia Moreira Salles, sofás italianos e criações brasileiras como as de Abraham Palatinik dividem espaço com design escandinavo. No escritório, a marcenaria se destaca como uma obra em si mesma. O closet do casal foi concebido como uma caixa de madeira escura, reforçando a atmosfera de galeria privativa. Os acabamentos foram escolhidos com o mesmo rigor estético que rege a curadoria artística do apartamento. No piso, a madeira original foi preservada: peroba-do-campo nos quartos e madeira escura na sala, mantendo a história do imóvel viva.

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Apartamento de 380 m² é morada e galeria de arte ao mesmo tempo. Projeto de Pedro Coimbra. Na foto, hall com piso de mármore.
(Tiago Morena/Divulgação)

O hall e o lavabo ostentam mármore original do prédio, um material raro e praticamente insubstituível. Nas áreas molhadas, pastilhas remetem ao estilo clássico paulistano, enquanto os metais com design italiano adicionam sofisticação aos detalhes.

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Apartamento de 380 m² é morada e galeria de arte ao mesmo tempo. Projeto de Pedro Coimbra. Na foto, escritório com biblioteca e poltrona.
(Tiago Morena/Divulgação)

A obra civil trouxe desafios à altura da grandiosidade do projeto. O apartamento, anteriormente uma galeria, não possuía sequer uma tomada instalada. A estrutura elétrica e hidráulica precisou ser feita do zero, respeitando a disposição das peças e o layout concebido. Dado o valor das obras de arte, o transporte e reinstalação das peças não eram uma opção viável. A solução? Durante a reforma, Coimbra propôs blindar as salas de estar e jantar, criando uma espécie de cofre temporário para proteger as obras enquanto a reforma avançava no restante do imóvel.

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Apartamento de 380 m² é morada e galeria de arte ao mesmo tempo. Projeto de Pedro Coimbra. Na foto, quarto com quadros e sofá.
(Tiago Morena/Divulgação)

Apenas na reta final, as divisórias foram removidas, revelando novamente o acervo em sua plenitude. Para garantir a entrega dentro do prazo, quatro marcenarias foram acionadas simultaneamente: uma para a cozinha, outra para armários de madeira, uma terceira para armários brancos e a última para peças em laca. A estratégia permitiu que diferentes frentes trabalhassem em paralelo sem interferências, otimizando o processo.

Apartamento de 380 m² é morada e galeria de arte ao mesmo tempo. Projeto de Pedro Coimbra. Na foto, quarto de bebê com tapete.
(Tiago Morena/Divulgação)

Hoje, o apartamento segue cumprindo sua função híbrida, recebendo exposições e eventos, além de ser o porto seguro da família em São Paulo. A cada jantar, a disposição das obras gera novas conversas e olhares atentos. A fusão entre arquitetura, arte e vida cotidiana faz deste espaço não apenas uma residência, mas uma experiência em constante transformação.

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